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5.8.06

Reflexões sobre virtudes (Miami versus Havana)

Se substituir serial killer por assassino em série, cara Charlotte, ainda assim persistimos num domínio pantanoso. Note, por exemplo, que os assassinatos em série são, quase sempre, perpretados por indíviduos com graves distúrbios do foro psicológico. Falta, portanto, o elemento volitivo; falta-lhes a autodeterminação necessária para que sejam conscientemente coerentes.

Por outro lado, dou-lhe razão quando afirma a coerência não é virtude em si; mas seguramente será, quando relativizada e entrosada com outras virtudes. Já o Bem, como virtude absoluta, é pura retórica; carece de materialização ética. Precisa de desdobramento valorativo.

Em suma, o que debateria o póstumo Sócrates, se soubesse de Castro e de serial killers? Talvez isto, por exemplo: "Estarei mais próximo do Bem se dedicar a minha vida a uma utopia cuja execução se revelou repressora ou se a dedicar a uma estratégia prepotente e oportunista de domínio dos povos?"
Se Sócrates optar pela segunda via, então ele era tão póstumo que já sabia dos efeitos - anestesiantes - da globalização.

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