O problema dos problemas
O meu tio Zé Roque já morreu. De doença.Era professor. Por acaso era.
Está enterrado na Póvoa e, se Deus fosse justo e não nos fizesse diminuir em todas as nossas dimensões quando nos chama a contas, ocuparia - e à rasquinha - duas campas rasas.
Assim, ocupa só uma.
É onde está.
Gostava de saber quantos casais de pais, de mães, de alternativas à progenitura e à encarregadoria de educação, quantas pessoas, no fundo, teriam de juntar-se para lhe conseguir bater. Desde que ele decidissse defender-se, claro; mas ele defender-se-ia, ia ser um problema do caraças.
Ia acabar por meter orfãozinhos e tudo, vinha a polícia, o ministério público e o privado, vinha aí um vinte-cinco-de-abril de tal intensidade que eu só tenho pena que o Dupont já aqui não ande para sorrir disto comigo, que ele conheceu-o.
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