blog caliente.

6.2.06

Calminha, então!


Uma coisa que me arrelia é que se faça isto.
Não, não é porque podia ser eu a estar ali sentadinho, à mercê de cães raivosos. Que podia ser eu. Mas não é por isso.
É que se faça isto, que me enerva. É que se faça isto de cara tapada. Confissão dum medo maior, descomunal, o medo imenso dos cães raivosos, o medinho vergonhoso de poderem levar no focinho os pontapés que mereciam.

Um dia, não sei se se lembram, correram mundo imagens dum operador de câmara (não sei se era australiano, mas acho, até, que era nórdico) a defender, à murraça e ao pontapé, um desgraçado qualquer na Indonésia. Os cães sanhudos, aquela corja de canitos imbeles, só amarelos do seu ódio, queriam matar o infeliz, que era um deles, tanto quanto se via. E o homem da câmara, que era grande e estava ali sozinho (houve outro, que filmou, apenas, senão não se via) e se chateou com aquilo de ser só operador de câmara, ainda deu ali, a eito, umas biqueiradas valentes, afinfou, mesmo, com a câmara na cornadura de alguns "quebradenses locais", ou seja, operou-a bem. E cada porradão que dava saía dali um "mabeco quebradense" da área de penalty, de costas, em voo.
Esta gente mal alimentada da cabeça (pobres diabos, que não é só da cabeça!) pode mal com um porradão nas ilhargas. Mesmo aquele tipo dos idos de Timor-Leste, que tinha cabelo de panasca, aqueloutro Guterres que parecia um cantor pimba, lembram-se do "pintas"?, era um herói de merda, que devia levar umas lambadas no focinho todos os dias, pela alvorada, como purga da sua simples e nojenta existência.

Não se trata aqui de ter coragem. O homem sentado, ali em cima, não pode ter coragem. Pode ter dignidade, mas já não pode ter mais nada.
Trata-se aqui de lidar com o nosso medo aos filhos da puta. O filho da puta, qualquer que ele seja, em nos sentindo medo, caga-nos grosso em cima. É preciso dar-lhe a comer a merda que caga, às colheradas nas beiças, na primeira oportunidade. Não sei quando será, mas que não seja tarde demais.

Agora o petróleo. Pois. E o mercado. Pois.
Está bem, então.

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