blog caliente.

6.2.06

Da superioridade e da candura



Olha-se para ele e percebe-se logo que pode ser capaz de muitas coisas, de quase todas as coisas, mas não de fazer mal.
Naquele dia de sol, deitou-se no pequeno trenó de plástico e deixou-se deslizar pela colina nevada abaixo, ao calhas. Deixou-se tombar, mesmo, todo para trás, enquanto deslizava, olhando o céu azul (ou de olhos fechados?) e abandonando-se ao rumo que lhe viesse debaixo do peso.

Desceu o pequeno declive, sempre com mais velocidade, até se derramar num riacho gelado, donde saiu molhado, frio, sorridente. Com aquele sorriso bonito de quem sabe rir-se de si (como dizia a lolita, que é suspeita de sangue do artista) e que faz sorrir os outros sem ser de mais nada senão da candura alta que ali está.
Bastava ver os miúdos para perceber isto sem muitas palavras. Mas os miúdos já se deitaram.

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