Pontos de mira
- Você é imensamente rico.- Pois sou.
- E faz doações porque pode.
- E porque devo.
- Você não devia era ser tão rico. Se você não fosse tão rico, às tantas nem eram precisas doações. A culpa não é sua, sabe?
- A vida é assim, meu amigo. Não há culpa, há apenas vítimas. Leu aquilo do Darwin?
- Eu não sou seu amigo. Sabe, não adianta nada ler sobre a selva. Você também vai morrer.
- Que importa? Também você. E vai morrer pobre. E eu vivi rico.
- Não está a perceber: você vai morrer agora. Estou desesperado. Olhe esta pistola durante uns segundos. Depois disparo.
- Não devia tê-lo deixado aproximar-se assim, está visto.
- Não. Não devíamos era tê-lo deixado afastar-se tanto.
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