Onde está, afinal, a vingança?
Em complemento
disto, é importante notar que, há meros quinze dias atrás, todas as sondagens davam sessenta por cento de votos a Cavaco Silva. O que aconteceu, para perder quase dez pontos em tão pouco tempo? Muito mais do que a
queixinha ignóbil e a
arrogância, manobras tão incontornavelmente primárias que só favoreceriam o recém-eleito presidente, é preciso atentar nos sinais, patentes, da falta de brilho. Da visível incapacidade de responder, de lutar, de contrariar. Em suma, na óbvia e inultrapassável incapacidade de dialogar. Nada me move contra Cavaco Silva, excepto como
presidente de todos os portugueses - aliás auto-proclamado, agora que já tratou de assassinar a maioria. Que seria mais confortável se, durante a campanha, não tivesse dado que pensar a alguns portugueses, que quase embarcaram neste embuste de ter um presidente que se recolhe ao casulo sempre que se atemoriza e que, na prática, só pratica o monólogo. Seriam se calhar mais, se houvesse mais tempo. Foi, de facto, "
por décimas".
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