Ainda a tempo (espero eu)
Quase que me esquecia.Ó Paulo Bento:
Daqui a bocado é para ganhar. A táctica é essa. Sem estados de alma, que o Beto até nem joga. É ir lá para dentro e ganhar aquilo.
Atenção: nada de pensar no jogo com o Benfica. Isso é depois.
Já hás-de ter explicado aos tipos, Paulo Bento, que o que eles já sabem (que o Benfica e o Porto estão a jogar melhor que nós, isso é tão evidente que eles também já deram conta) não serve para hoje. Hoje é com o Marítimo.
É jogo a jogo, conforme é dia-a-dia. O futebol tem regras e tem sortes, tem juízes e arguidos, equipa médica e inocentes. Tem, mesmo, advogados e jornalistas! Veigas e Vieiras, Costas e Gonçalves. E Ferreiras, qualquer dia. É como a vida. No entanto, o futebol faz, apenas, parte dela: ou seja, nem sequer é assim tão importante como a vida inteira, limita-se a imitá-la, lá de dentro dela, num cantinho.
Descontrai os putos. Não ponhas cara de medo. Conta-lhes uma história qualquer de quando ainda jogavas, olha, conta-lhes outra vez aquilo: quando marcaste um golo, logo a seguir à morte do teu Pai, foi tão bonito!, há momentos que saem bem e, contra esses momentos, não se pode nada. E ainda bem, por muito que essas pequenas glórias se ergam nas cinzas de momentos maus e, porca miséria, nunca os apaguem.
Eles que entrem para ganhar, sem mais discursos. Força e calma. Mais nada. Berra-lhes isso, a sorrir.
Ah! Já agora: e amanhã que votem bem, os que puderem. Mas que pensem nisso só depois do jogo.
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