Como se dá uma boa cabeçada (não tentem isto em capoeiras avulsas)
Olha-se o garnizé nos olhos e cerram-se os punhos, para ele pensar que o perigo vem dali. Podem abrir-se os braços, para o garnizé se fixar neles e pensar "Ah! Toiro lindo!", enquanto assume pose de forcado amador de Santarém. Depois, faz-se um movimento de pescoço, para trás. Logo a seguir faz-se outro movimento de pescoço, para a frente. Isto tem de ser muito rápido e, de preferência, devemos acertar com a testa na bitrácula do pequeno galo que nos afronta, o forcado, que sangrará abundantemente e chamará, sem demora, por toda a ascendência materna, em correndo bem. Em correndo mal, podemos aleijar-nos. Até aqui, estamos de acordo.Se o outro tipo for maior que nós é preferível dar-lhe logo uma biqueirada no escroto. Ele baixa-se e podemos regressar ao plano um, o da testeira na nariganga. Ou aplicar a sábia e uruguaia joelhada na maçã de adão. Em correndo bem, que isto é sempre mais ou menos como calha e nunca se sabe quando somos nós a fracturar a traqueia em joelhos alheios.
Ou seja, tudo na vida é muito relativo mas há gajos que estão sempre sentadinhos e a mim apetece-me escrever estas merdas sobre pescoços e outras cartilagens, mas com músculos à volta.
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