oh que chatice, não se pegaram à estalada ...
Pois é, o debate lá se fez. Vim aqui ao blog ver o que os meus colegas escreveram sobre o assunto, e que vejo?1) a lolita, para dar um ar laico q.b., meteu:
a) Pais Natal no template;
b) crucifixos no título do post.
A lembrança dos crucifixos fica-lhe bem. Mas, na verdade, era melhor lembrá-los na Páscoa. Agora celebra-se o nascimento de Jesus, não a sua morte.
Mas enfim, num contexto -laico - em que a celebração do nascimento de Jesus (o Natal) não tem nada a ver com Ele, recordar-se-á para a posteridade que, neste blog, e a propósito da mudança temporária do template, foram mencionados símbolos religiosos.
Vital, descansa, homem! Nós aqui somos laicos. Pouco, mas somos.
E que vejo mais?
2) o besugo descarregou (ainda) outra vez a sua bílis sobre o Luís Delgado. Nunca comentei esta sanha besugal, mas acho que o besugo encontra naquele articulista o elemento catártico de que precisa. Não fôra isto, e com a fúria que então iria ficando acumulada, já tinha corrido à estalada o hospital inteiro. Delgado, os doentes, enfermeiros, médicos, administrativos e quejandos que têm o azar de conhecer o besugo pessoalmente, agradecem-te. Mesmo que não saibam porquê.
E que deduzo de tudo isto?
3) Que o Manuel Alegre não alegrou os meus amigos ontem. Esperavam, provavelmente, que ele desancasse o Cavaco. Que lhe chamasse pelo menos um terço, ou até a décima parte do que eles - dele - aqui têm escrito.
Pois eu tenho a dizer que gostei. E, não sendo seguramente por ele ter reiterado a sua "cultura de esquerda" (porque eu não sou de esquerda), não foi também por ele falar de "Pátria".
Já o disse aqui, o Manuel Alegre tem um duro combate a travar neste momento, e esse combate não é (ainda) contra o Professor Cavaco Silva. É, para já, o combate por ser o candidato mais votado da esquerda. Depois, e se for bem sucedido, tratará de combater o Cavaco, na segunda volta.
Aqui, duas opções se lhe colocavam: a) Assumir-se já como o campeão da esquerda contra o único candidato "supostamente de direita" (Supostamente porque o Cavaco, de direita, é muito pouco, para não dizer nada) e procurar, com ele, um confronto aberto; b) Assumir-se como um candidato mais abrangente, adoptando o discurso cauteloso próprio de quem admite vir mesmo a ser eleito (ou seja, assumir-se claramente como "presidenciável")
A primeira opção parece, à primeira vista, ser a mais acertada e óbvia. Pois se Alegre está neste momento a disputar as primárias da esquerda, tem que ser o mais esquerdista possível. Quanto mais maltratar o Cavaco, melhor. E o ataque cerrado desperta maior entusiasmo nas hostes fiéis, é bom não o esquecer.
A meu ver, seria no entanto um erro. Porque isso vão todos (os restantes) fazer (têm hostes fiéis a segurar, no caso do Louçã e do Jerónimo; é o que sabem fazer, no caso do Soares), e é duvidoso que Alegre ganhasse pontos por aí. Mais, Cavaco ganha com cada ataque que lhe é feito (nos termos em que o têm sido). E se forem todos a malhar nele, mais ganha ainda.
Alegre tem - no meu modesto ver, que eu cá não sou o Luís Delgado, nem sequer o José António Saraiva - que combater a sério contra os seus adversários nesta primeira volta. Tem que lhes ganhar os debates, tem que lhes tirar o fôlego e lhes apontar com crueza as suas falhas. E esses adversários são o Soares, o Jeronimo e o Louçã.
A ver vamos. Por mim, continuo confiante que vai haver segunda volta, e que é Alegre que a vai disputar.
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