blog caliente.

6.12.05

O discurso final de Cavaco era uma redacção? Vote aqui.

Se eu tivesse um colar de pérolas para confeccionar a lavagem da minha suinicultura, arranjava uma pérola, quase todos os dias, para o acrescentar. Há ostras produtivas. Luís Delgado é uma craca, mal acomparado, mas cada crustáceo dá as leguminosas que consegue.

Hoje foi outra risota pegada.

- “Vão começar os debates, este de hoje é um dos mais interessantes”, articula o ser vivo, para depois citar outros cinco debates que o suplantam em interesse, do seu ponto de vista ( e basta olharmos para a intrigante fisionomia do ser para situarmos o seu ponto de vista num esconso geométrico da sua pouco bafejada pela misericórdia anatomia). Ora, que diabo, são dez debates. Ou seja, faltam só quatro para o excelente cómico colocar “um dos mais interessantes” em último lugar. Isto traduz cuidado, inteligência, luminosidade, parlapatice de aldeão. Tudo em doses de cozinheira iniciada. E muita seborreia nas sinapses, dirão os mais incréus nos mediadores tradicionais.

- Ainda por cima, ele vai pontuar os debates, de zero a cinco. Ele vai pontuar cada candidato, decidir cada debate, estabelecer uma classificação final. Logo ele, que já a estabeleceu, lá nos entrefolhos do encéfalo, aquele imenso espaço aberto e arejado que ele tem! Isto entusiasma, fertiliza a inteligência, aduba-a de forma, mesmo, excrementária! Não, a sério. O professor Marcelo que se cuide, vem agora aí o Jeff Goldblume em versão estreitinha, uma espécie de “eu fui talhado à enxó, sim, mas com uma plaina aplicada às avessas pelo couro cabeludo abaixo ficava como o Tozé Martinho (*)!”.

- Pode haver empates, ele admite que sim, que os haja; mas, em não os havendo, há-de ganhar um deles. Um dos candidatos. O ser vivo vai dizer qual foi, depois, isto se conseguir discernir isso. E, conseguindo ou não, os acrescentos ao meu colar hão-de fazê-lo dar duas voltas ao cortelho. Ao colar.

- “Cavaco só precisa de puxar por todos”. Isto nem é uma pérola. É um daqueles alfinetes de peito mal colados à pedraria: um desmame! Cavaco a puxar? Só se for nos intervalos. Ele não puxa, porque não pode e porque há-de ter o Pacheco Pereira de serviço a dizer-lhe para não puxar. Para não sair, exactamente, isso mesmo que estão a pensar. Que visão estratégica mais deficitária de fotões que este ser possui! Toda a gente já percebeu que Cavaco, a ter um blog, ia chamar-se “Babugem: como ir à”! Isto que pus depois dos dois pontos é porque sei que há um blog que se chama como antes dos dois pontos, o que valoriza a pontuação numa frase e, mesmo, os acrescentos que se lhe botam. E ia ter 5000 visitas diárias, o blog dele (até Pacheco Pereira, o de verdade, começar a dizer mal dele ou a ignorá-lo, “olha o respeitinho!”, aí passava a chamar-se outra coisa qualquer, excepto “Escrotos? Eu lambo benzinho!”)!

- “Um Inderal também ajuda, e uma frase-chave vem sempre a calhar”, diz ele ainda, o ser vivo, num “finale” que ribomba! Que finura de morcela! O “Inderal” é o calmante dos taquicárdicos, entre outras coisas; a chave do Cavaco, é ele (o ser) que a guarda, pelos vistos. Está Cavaco bem fodido. Está visto que, para o ser vivo, isto é uma questão de coração e cintos de castidade. Palpita-me que vai acabar por meter a chave do cinto na aurícula direita enquanto sente, desvanecido, o hemorroidal a brotar-lhe da fechadura justa e bem cerrada no sítio do costume.

(*) – Ficar como o Tozé Martinho: Expressão utilizada pelo vulgo para significar isso mesmo. Melhoramento de pouca monta. Fazer “flash-backs” sepiados como quem frita fanecas.

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