blog caliente.

23.9.05

Olha, agora vem a patroa com as opressões!

Está um homem a escrever (embora mal) sobre causas nobres e memórias, depara-se-lhe um "esguicho de lolita". Pois bem, isto desmonta-se depressa.

1 - Sobe a homofobia: eu não sou homofóbico. Já escrevi, aí para baixo, que sou, bem ao contrário, "paneleirofóbico". O que é bem diferente. Também sou "aerofóbico", como sabes, não consigo fazer nada em relação a isto, é uma coisa que é irracional, paciência. Até me lembro de ter dito, grosso modo, que a maior parte dos homens que acho uns grandes panascas são, quase de certeza - pelo menos gostam de o alardear -, heterossexuais. Ora vai ler.
Admiti, apenas (e até reconheci, contrito, que isto possa ser um atavismo), que me é mais cómodo e me parece mais natural que uma criança se desenvolva sob o olhar atento dum pai e duma mãe, naturais ou adoptivos, do que sob a tutela de dois progenitores do mesmo sexo. Só isso.

2 - Não preconizo que "os casais heterossexuais e inférteis serão egoístas se não adoptarem". Questiono-me é sobre isto: se a sua "tão grande vontade de ter filhos" (e desculpa mais este atavismo, mas eu penso que "uma grande vontade de ter filhos" inclui, em postas grandes, a vontade de criar, de educar, de ver crescer) passa, apenas, pela certeza absoluta de que o rebento, ainda que por meios laboratoriais, resultou de "ejaculação do macho e ovulação da fêmea", ou seja, "anda cá que és mesmo meu", então, nesse caso, se não há aqui egoísmo (e eu acho que há, embora nunca tenha afirmado que o egoísmo não é um direito, reparaste?), há, pelo menos, isto: ao menos, perante a perspectiva duma eventual adopção de crianças sem família por casais de homossexuais, não se revoltem, não protestem, fiquem caladinhos com o seu direito a ter dois pesos e duas medidas, a querer sol na eira e chuva no nabal.

3 - Já sei: o livre arbítrio. "Nós não podemos ter filhos e queríamos. Mas não queremos adoptar, o que é direito nosso!". Perfeitamente. Também é direito meu achar, um bocadinho apenas, isto: "Ora, nesse caso, ainda bem que não podeis: é que, desculpai lá, eu não acho que queirais mesmo".
Pronto, chama-me o que quiseres, lolita, mas é assim. Rapidamente, é assim.

Ah! E não me venhas com o gozo da sociopatologia, que eu não disse o que tu tentas pôr-me na boca. Eu disse que, disso, não entendo mais que um cisco. Um cisco dá, apenas, para irritar um olho. Não dá para muito mais. Topas, blogger oprimida?

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