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17.9.05

A Clara ensina

Fazendo pendant com o mais recente fétiche do besugo, a Clara Ferreira Alves debita semanalmente uma crónica no Diário Digital. Esta semana, ambos se entretiveram com os americanos, ele dissertando sobre Clinton e Cavaco (porque este merece), ela apontando o dedo aos negros americanos ricos e remediados que ficaram indiferentes aos outros negros, estes pobres, que já não lhes bastava serem pobres, ainda haviam de levar com um furacão que mostrasse à transparência o quanto eles são pobres.
A Clara, a cronista, abre uma excepção à indiferença dos negros pelo sofrimento dos seus pares (lembro que a Clara está a falar de pretos): Oprah, a preta gorda e milionária dos talk-shows mundialmente conhecidos, é, ao que parece, a negra com maior consciência social de todos os estados norte-americanos. Não sabiam? Pois, mas a Clara sabe e ensina. E ensina, também, que os pretos deviam ser mais solidários com os seus pares, porque afinal são todos pretos. E, ainda, que antes de se criticar os brancos que não ajudaram os pretos todos devíamos preocupar-nos em criticar os pretos que não ajudaram os pretos (excepto a gorda, lembro).
Isto, percebe-se, para nos lembrar a todos que o Bush não é preto. E que, não sendo preto, há-de ser branco, no mundo bicolor da Clarinha. E a Clarinha esqueceu-se de um pormenor, mas eu não admito outra coisa: como Vinicius, Bush há-de ser o branco mais preto dos Estados Unidos.

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