Britt-Póvoa
Os britânicos são pessoas como as outras. E ainda bem.Ouvi um britânico, esta noite, afirmar, mais ou menos, que "agora é que é de vez, o terrorismo tem, de vez absoluta, de ser combatido por todos". Mais ou menos isto.
Claro que, depois, enumerou os países que já foram vítimas de indiscriminadas bombas fundamentalistas, vários deles não apoiantes da "ideo-actividade" do eixo do bem. Como se dissesse - e disse, no fundo - que isto é uma dor de nós todos, não apenas deles, dos do eixo.
E tem razão, é. Mas foi bem visível onde lhe doía mais, quando lhe saiu aquele traiçoeiro e irrecuperável "agora".
É normal. Eu compreendo, compreendemos todos. Dói-nos mais onde nos dói mais; dói-nos mais, sobretudo, quando nos dói mais. Que dúvida há, aqui? Nenhuma.
Há é um bocado de legítimo sofrimento que se pretende generalizar aos outros. Já vi disso em carpideiras da Póvoa, mas sem manipulação. Elas carpiam sempre, fosse qual fosse a traineira. Não se limitavam a chorar a desgraça dentro de portas como quem dissesse "agora, que me tocou naufrágio, é que as lágrimas são salgadas". Não, choravam sempre. Eu era puto mas lembro-me de aquilo ser assustador de forte.
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