blog caliente.

14.2.05

Há Domingos em que é importante que esteja sol.

No resto da semana não poderei assistir às acções de campanha dos partidos que respeitam mas não se metem nem à suspensão das acções de campanha dos partidos laico-cristãos. Assim sendo, deixo aqui as minhas previsões sobre o que se passará no próximo Domingo.

O PS ganha, claro. Sem maioria absoluta, mas a um passo dela. Nada que não estejamos habituados, o país está sempre "quase a" qualquer coisa.
O PSD não sairá tão derrotado como merecia e a culpa é deste PS baço. Santana Lopes será, assim, engolido pelos (tu)barões do partido e voltará, enfim, à esbórnia de onde nunca devia ter saído.
O PP não sobe tanto como pensa porque pode acontecer que o eleitorado oscilante entre o PSD e o PP decida, afinal, votar mais ao centro para combater o centro-esquerda. Coisa em que eu não só aposto como desejo. Aliás, o PP não serve de nada se o PSD não ganhar e bem pode, sendo assim, manter-se pequenino. Um resultado em que os trinta e tal por cento dos dois partidos sejam distribuídos de forma tal que nenhum deles ganhe nada com isso serve os interesses dos portugueses. É serviço público.
O PCP manterá o seu eleitorado fiel, mais aquele que a inoperância do PS lhe conseguir dar. Como diz o Alonso, Jerónimo de Sousa é pessoa de bem. Eu também acho, mas a questão é outra; não se pode ser gente de bem e ser-se líder de um partido de manifestos. O PCP condiz com Cunhal, como Cunhal condiz com Fidel (que era, indesmentivelmente, um homem bonito), como Fidel condiz com "correr com parasitas", ainda que, lamentavelmente, o desparasitante tome as rédeas do destino. O PCP não condiz, portanto, com um homem bom que vê com olhos tolerantes a suspensão da campanha pelos partidos que se sustentam do liberalismo que os partidos comunistas de todo o planeta rejeitam.
O Bloco de Esquerda sobe. O Bloco de Esquerda, sabem, aquele partido cujo crescimento e permanência só se explica num país que ainda se deslumbra com radicais vermelhos que defendem evidências como quem fala no Quinto Império. Bom truque, resulta sempre, por cá.

Sem prejuízo da possível (eu disse possível) reflexão que farei até ao próximo Domingo e como, a partir de hoje, estarei menos permeável à propaganda eleitoral (mas, enfim, há sempre a RTP África), devo dizer que decidi, iluminada por uma súbita revelação, o que vou fazer ao meu voto. Sem arrependimento, seguramente. Seja qual for o resultado das eleições, a causa é nobre e hay que detenerlos.

Mas voto sob protesto: não é justo que se seja forçado a votar contra. Ora bolas.

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