A festa estava boa, a gente entusiasma-se ... (2)
Antes de mais, esclareço desde já que roubei este título ao besugo. Quer dizer, não roubei, limitei-me a "usufruir" dele. Como o besugo é socialista, não se deve importar.Tenho coisas para contar, e algum tempo para contá-las, por isso lá vai:
1 - Perdi o telemóvel. E com ele, boa parte dos contactos que laboriosamente fui nele guardando ao longo dos últimos anos. Entre eles, os de uma jurista portuense e portista e os de um médico duriense e sportinguista com quem travei conhecimento por um acaso do destino ... agora estão na minha galeria de incontactáveis, até porque a jurista não lê o único mail que lhe conheço ... é estronça.
2 - Voltei a Torre de Moncorvo. Foi a terceira vez, e desta vez o julgamento começou ... mas não acabou. Houve acordo. Acho que foi pelo cansaço das partes ante a perspectiva de um interminável litígio. Desta vez, e por causas já referidas (ver 1 anterior), não regressei pelo Douro.
3 - Fui ao comício de Lisboa do CDS-PP. Para quem, como eu, já "militou" activamente (2ª metade da década de 80, 1ª metade da década de 90, ou seja, no período em que o CDS mal sobrevivia e cada acto eleitoral podia bem ser o último), é sempre engraçado revisitar estes ambientes. Fartei-me de encontrar gente que conheci e que está toda dez anos mais velha.
4 - "A gente entusiasma-se" é um bom retrato do ambiente que por ali se vivia. Encontrei lá dois antigos correligionários do Norte (um médico do Porto, o outro economista de Vila Real, mas acho que agora está no Porto também), que tinham ido a Lisboa "ver que tal". Estavam muito animados. Para eles, é fora de dúvida que o CDS vai ter um resultado "histórico". Garantem-me que, pelo menos no Porto, vai ser assim.
5 - Eu sou tradicionalmente pessimista nestas coisas. Acho que o CDS sobe dos 8,5% que teve nas últimas eleições ... mas prefiro não esperar grande subida.
6 - A verdade é que tive que concordar com eles nisto: a campanha tem sido irrepreensível, sendo que as circunstâncias em que é feita não são propriamente fáceis. Designadamente, porque não é fácil simultaneamente respeitar um parceiro de coligação e disputar-lhe activamente o eleitorado. Do ponto de vista de quem tem que discursar para cativar votos, um deslize de oratória torna-se um "caso" de campanha. O PSD já criou vários, a partir de segundas figuras. Nem assim houve outra resposta para além do habitual "não comentamos".
7 - Domingo veremos o que tudo isto dá. O "centrão" votará mais PS que PSD desta vez, isso parece certo. Resta saber quantas migalhas percentuais sobrarão - à esquerda e à direita - para os restantes partidos.
8 - Uma palavra para o Jerónimo de Sousa - ao contrário do desapontamento que julguei perceber no que lolita aqui escreveu, é minha opinião que se revelou, pela positiva, talvez a maior surpresa desta campanha. Não tem o ar enfastiado do Carvalhas, parece bastante mais genuíno de que boa parte dos seus correligionários, e tenho a impressão que não só estancou a sangria do eleitorado comunista (a favor do PS ou do BE), como até que pode fazer o PCP subir em eleições legislativas pela primeira vez desde há muitos anos. Não é que isso me alegre, mas há que reconhecê-lo.
Se nada escrever antes das eleições, escrevo depois. La Palisse não diria melhor, mas é mesmo assim.
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