A moral interpretativa
O Eixo do Mal segue o modelo habitual da tertúlia colectiva em formato televisivo. Aquilo que este Eixo tem de diferente dos demais é que - exceptuando, talvez, a CFA - todos os intervenientes ostentam uma expressão vagamente entediada, do tipo "OK, OK, cá estou eu para explicar, directamente cá de cima aí para baixo", intervalando as frases com aqueles irritantes "err...." e com expressões como "e tal... " "etc...". Já para não falar dos excessivos "eu considero, "eu já não tenho dúvidas" com que pontuam todo o discurso. E mais: têm problemas de dicção, falam baixo demais, riem-se demasiado. Em suma: são pouco profissionais. Deviam aprender qualquer coisa com a Júlia Pinheiro, ao menos... mas não demais, enfim. Pensando melhor: não se incomodem.Lembro-me, em particular, do Daniel Oliveira que, a propósito do tema "Nuno Cardoso" (que, aliás, informo, visitou hoje de manhã o Toys'r'Us de semblante carregado) afirmou que as recentes investigações sobre a corrupção no desporto não o preocupavam quando a questão se resumia apenas a árbitros. Isso porque o futebol não é tema que lhe interesse, disse.
Bom. O Daniel Oliveira há-de ser feliz, ou pelo menos mais feliz do que muitos. O mundo relevante acaba onde acaba o seu enorme mundo de inquietações. A moral, para o Daniel Oliveira, confunde-se com os seus prazeres. Sorte a do Louçã, que faz parte do mundo visível do Daniel, ou ele imediatamente o trataria como "irrelevant subject". Que ele, titubeante, defendeu dizendo qualquer coisa parecida com "eu não vi assim como vocês viram, mas se visse também achava que aquilo foi um valente tiro no pé".
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