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25.9.04

Da histeria e da frontalidade: mofos

A lolita escreveu sobre a histeria. Os histéricos (do latim "uma coisa qualquer que adianta um grosso para isto") pululam. E ululam. Um "p" não faz a diferença, "ois" não? Pois, às vezes faz. Mas faz "ouca".

Ela está coberta de razão. Pensa-se pouco. Descobrimos uma concha de vieira e pensamos que somos donos da "Shell".
A verdade é sempre mais além, até porque não a há, pelo menos assim à mão de semear. Ou de colher, muito menos facilmente.

Sempre me pareceu que as pessoas opinam demais sobre o que desconhecem, elevando a voz numa proporcionalidade directa à sua ignorância. A única variável, nesta equação miserável do "opinanço", é o estado de enervamento em que a pessoa que "opina" está, porque há pessoas muito nervosas e outras mais calmas. Não têm conta os imbecis e as idiotas que conheço que começam qualquer conversa com "venho dali e já estou aqui cheia(o) de nervos!". Desligo-me logo, chamem a televisão para este corno (ou para esta puta), ponham-lhe um pivot ou uma pivota na frente, deixem-me! Vai dar agora o arraial na televisão, façam favor, eu vou antes ouvir música, ou ler, ou cavaquear.

Sempre me pareceu, também, que as pessoas tendem a falar alto demais. Guincham ou urram muitas vezes, consoante o timbre. Até pode ser uma questão cultural, mas eu acho que a incultura também é uma questão cultural, a falta de educação é que não é questão nenhuma. É a mãe da estupidez, essa parva.

"Eu sou muito expansiva!"
"Eu sou muito frontal!"
Quando oiço isto (que é dito, sempre, como se fosse uma excepcional qualidade, quando é consabido que os tolinhos é que tendem a dizer o que lhes vem aos cornos) penso sempre em juntas de bois, currais de vacas, cortelhos, pombais, manadas, auxiliares de acção médica e frequentadores de "castings".

Pior que isto, só ter de ouvir aquele jovem e imbecil conjunto musical, os "Tsc-Tsc", cantar o refrão daquela triste balada "É por isto que Portugal não vai para a frente". Como se alguém quisesse que Portugal se ultrapassasse, muito menos só de os ouvir cantarolar-se.

A antropologia devia ser encarada como um ramo (se calhar menor) da zoologia. Eu sei que já é, mas devia ser assumida como tal.

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