blog caliente.

21.5.04

Soltas ...

1- Já não fazia as minhas "soltas" há algum tempo, mas hoje é sexta feira, estou em fim de dia, e apetece-me escrever qualquer coisa.


2 - Estou a ficar perigosamente anti-semita. E começo a achar que se calhar a solução para o problema de Israel é sacar os judeus de lá e pô-los num espaçozinho agradável algures no Connecticut (o rancho do Bush no Texas também era uma hipótese). Pedia-se a um teólogo judaico qualquer que sacasse da Torah a interpretação de que a terra prometida afinal era do lado de lá do Atlântico. E que Moisés atravessou ... o mar errado.


3 - Se os meus amigos bloguistas vierem com a treta de que estou a contemporizar com os terroristas do Hamas e quejandos (aqui não vêm, que vocês até simpatizam com essa corja de assassinos), eu só pergunto o seguinte: Cabia na cabeça de alguém que a Thatcher, no auge do terrorismo do IRA andasse a bombardear manifs de católicos, a passar a "bulldozer" os subúrbios católicos de Belfast ou outros mimos do género dos que os israelitas fazem?


4 - Os gajos (os israelitas) dizem que os terroristas estão misturados com a população civil. E então? Mata-se tudo?


5 - A única explicação "racional" que eu encontro para o comportamento dos israelitas (ou daqueles em quem eles votam, o que dá no mesmo) é que eles vivem com o trauma do Holocausto e querem pagar na mesma moeda a alguém. Não aos alemães, que eles aliás inconfessadamente admiram, mas a alguém que desprezam tanto como os nazis os desprezaram a eles. Para um nazi um judeu não era um ser humano. Hoje, para um judeu como o Sharon, um palestiniano não é um ser humano.


6 - Adiante ... e desculpem lá o desabafo.


7 - Haver bons juízes novos e maus juízes velhos é uma evidência. Mas se bons juízes novos serão sempre juízes com pouca experiência, maus juízes velhos são apenas o sintoma de que, na justiça como em tudo neste desgraçado País, não se premeia a competência, nem se penaliza a incompetência. Quanto ao mais, o problema dos "juízes novos" resolvia-se reimplantando o sistema de acesso à magistratura que existia antes do 25/A. Uns anitos nos tribunais como delegado do Ministério Público, para apanhar tarimba e sem ter pretensões de se ser "par" do juíz. E depois concorrer e, eventualmente, passar a ser juíz.
Só que para fazer isto tínhamos primeiro que integrar todos os actuais M.P.s na magistratura judicial. E se o fizéssemos então é que era o desastre.


8 - O besugo tem um trauma qualquer com a Mocidade Portuguesa. Deve achar que quem cantava "lá vamos cantando e rindo" só podia estar a ser submetido a lavagens cerebrais e a aprender métodos de tortura. Aliás, é sabido que a Mocidade Portuguesa foi o berço do fanatismo fascista português e que para os moços Salazar era uma espécie de semi-Deus.

Ainda bem que essa organização sanguinária desapareceu. E que foi possível desfazer todo o mal por ela causado em todo o País. Foi difícil, mas conseguiu-se.


9 - A lolita diz que os homens deste blog (e fora dele) não responderam a uma provocação inserida no seu relato da conversa com a cínica e o romântico. Eu cá, como não sou de me ficar, fui logo ler aquilo outra vez para descortinar a provocação que ficou sem resposta. E para responder, claro.

10 - Ora bem ... ainda assim fiquei um bocadinho às escuras. Nada do que li me provocou. Estarei velho? Em todo o caso vou tentar ficar "provocado". E assim saliento as passagens eventualmente provocantes:

a) - "A romântica lamentava, algo desiludida, que os homens são felizes desde que tenham cervejas e futebol"
- Só se fôr o homem dela. Eu não passo é sem os meus jogos de estratégia e/ou de condução. E amendoins (comentário sarcástico típico de quem se sente provocado e não tem resposta à altura).

b) - "o casamento por amor é uma invenção, muito recente, do humanismo do século passado, que veio colocar angústias afectivas onde antes, quando os casamentos consistiam em meras fusões de património, e com expectativas conjugais mais realistas, havia estabilidade"
- Não discordo de todo, mas estas lérias costumam ser associadas a outras, tais como: o casamento agora é por amor, portanto é uma realidade necessariamente transitória, sendo os casamentos para toda a vida marcados, ou pela infelicidade, ou pelo conformismo, o que dá no mesmo. Portanto, os votos aos jovens casais já não devem ser "sejam felizes para sempre", mas antes " que seja bom enquanto dure." E com estas é que eu não concordo. De todo. Porque continuo a achar que quem casa deve fazê-lo com a intenção de criar um laço para toda a vida. Ainda que depois o casal não o consiga. E faz-me impressão que as pessoas se casem na base do "se der, deu. Se não der ... paciência." Que se juntem. Ou nem isso.

c) - "perguntei ao cínico se achava que as mulheres são, como os homens, embora de forma latente, predadoras do sexo oposto. Se achava que, em condições óptimas de tempo, lugar e vontade, poderá qualquer - qualquer, mesmo - mulher ceder à tentação da lascívia."
- Conhecendo a lolita, esta é, claramente, a mais forte candidata ao título de provocação . Na cabeça feminina dela, claro está, que deve encontrar todos os dias predadores lascivos e que gostava era que as mulheres deles fossem iguais a eles. Nem que fosse por castigo. "Isso é que vocês mereciam", já deve a lolita ter dito algumas vezes e pensado muitas mais. É uma frase recorrente nas mulheres quando se dirigem a homens, porque sabem do condicionamento cultural existente - fundamentalmente no meio dos ditos "predadores" - de que para um homem não há maior vergonha do que a de ser enganado pela mulher.

Perante esta provocação - que na altura li como exercício intelectual perante os conhecidos da lolita, mas que agora entendo que era sobretudo dirigida aos homens deste blog e da blogosfera em geral - impõe-se que eu responda. (Lolita, estás a sorrir agora, não estás?). E a minha resposta é: há mulheres assim, há mulheres que podem ser assim. E podem ser todas, considerando as tais "condições óptimas de tempo e lugar". Põe-se no entanto a questão das "condições óptimas de vontade". E aqui temos o problema do ovo e da galinha. Se há vontade, há vontade. Se não há ... não cedem.

E é aqui (no problema da vontade) que reside a minha resposta à questão do "qualquer mulher". Penso que quase todas poderão ter vontade, e mesmo "ceder". Mas não acho que "qualquer mulher" possa entrar em "condições óptimas de vontade".

Mas isto digo eu que sou homem e que não sei o que se passa na cabeça das mulheres. E desconfio que nem elas sabem. mas vou dar início a outra "solta" que esta já está muito grande.


11 - Quem é mais complicado? Homens ou Mulheres? Eu diria que depende. Da profundidade a que essa complicação se revela.

É assim: Regra geral, as mulheres são complicadíssimas à superfície. O que logo se revela no facto de que inventaram ao longo dos séculos mil e uma maneiras de se auto-flagelarem para terem "boa apresentação". Desde os banhos em leite de burra da Cleópatra até aos sapatos das chinesas, dos colares destinados a alongar o pescoço, que as mulheres de uma tribo africana qualquer usavam, até ao depilar de buço, pernas e virilhas das ocidentais, a dificuldade está na escolha. E depois ainda são capazes de nos culpar por esses desmandos. Pudera, se não fosse assim tinham que admitir que são simplesmente burras.

Mas a complexidade e detalhe que dão ao seu aspecto físico não é, ainda assim, verdadeiramente reveladora da complexidade global da mulher. Que se fosse animal era um felino, o tipo de bicho que nunca se sabe o que verdadeiramente pensa e pretende. Já o homem, nesta metáfora, é claramente um canídeo. Animal eventualmente menos inteligente, mas sobretudo muito mais franco.
Conversa típica:
Ela - Amor, sabes que dia é hoje?
Ele - É sexta-feira.
Ela - Não é isso.
Ele - ... dia 21 de Maio?
Ela - Sim. E?
Ele - Hummm ... não é o teu aniversário.
Ela - Claro que não! Estás parvo?
Ele - Calma ... não fazemos anos de namoro nem de casamento ...
Ela - Estás a irritar-me.
Ele - Não comeces. Diz lá que dia é hoje, pronto!
Ela - Era o que faltava! tens obrigação de saber a que me refiro, caramba!
Ele - Olha, mas não sei, não me lembro de nada de especial.
Ela - Então se não te lembras fica a saber que também não te digo.
Ele - Então não digas.
Ela - És um bruto, um insensível ... não tens consideração nenhuma por mim!
Ele (baixinho) - Irra ...
VLAM! (porta a fechar com estrondo)

FIM

12 - A um nível mais profundo, no entanto, o homem é incomparavelmente mais complicado do que a mulher. Que, aliás, é de uma simplicidade quase tocante.
Mas isso são contas de outro rosário, e o tempo escasseia ...


Bom fim de semana
(besugo excluído. Ele sente-se condicionado por estes cumprimentos e eu não quero que ele passe estes dias em estado de "condicionamento")






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