Retalhos da vida política
Comício de pré-campanha da CDU, algures no sul. Alentejo, cintura industrial de Lisboa, Vale do Sado, enfim. Carlos Carvalhas, o fiel seguidor do comunismo histórico, está no púlpito e comunica aos - também fiéis - militantes presentes no gimnodesportivo meio-cheio que "não tem medo das acuzjações do Çjenhor Primeiro Minizjtro!". O pavilhão tem muitas bandeirinhas empunhadas por mulheres vestidas de ceifeiras e homens de cajado, como já acontecia há trinta anos atrás. Atrás de Carvalhas, no palco, Ilda Figueiredo, a cabeça-de-lista, sorri. De punho no ar, evidentemente. Ao seu lado perfilam-se outros históricos do partido a fazer monte, de braços cruzados e ar displicente mas com sentido de cumprimento do seu dever pela causa. No final, há sardinhas, vinho, auto-colantes e porta-chaves.O comunismo histórico português está para o Bloco de Esquerda como o Festival RTP da Canção para a Operação Triunfo.
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