Asas
Quando, por alturas da Páscoa, em excelente companhia, veraneei por Sesimbra (estava um sol de "quase-verão", por acaso...), andei por muita estrada, muito caminho.Tem alguma graça, embora muito amarga, o manolo ter vindo falar da A-8 e doutras "super-estruturas" rodoviárias existentes a sul do Douro, em contraponto com os nossos trasmontanos e homicidas IPs, a propósito do Daniel. Bela história, a do Daniel, verídica e sentida. Como é sentido tudo o que este marmanjo faz na vida, este manolo, de bom ou de mau. Quase sempre de bom.
O certo é que, na sexta-feira Santa, tive de ir buscar o meu filho mais velho à Nazaré. O rapaz tinha lá estado num torneio (internacional, já agora) de andebol, onde se portou muito bem.
Bom. Fui pela A-8 e dou razão absoluta ao manolo: aquilo não tem trânsito. Em nenhum dos sentidos. Eu explico melhor: o trânsito da A-8, todo enfiado no IP-4, proporcionava tranquilidades de sossego ao Luís Basto e aos outros "cavaleiros" que se preocupam com o sangue na estrada. A todos nós, no fundo.
Podem dizer-me: "querias trânsito abundante na A-8, numa sexta feira Santa?".
Eu respondo: "não; mas sei, porque calhou saber, que no IP-4 se seguia em fila lenta entrecortada de manobras suicidas, no mesmo dia, à mesma hora".
Quando estive nos Açores não me dispensei de pensar na analogia desesperante (mas bela) entre as Ilhas e Trás-os-Montes. O isolamento, no mar ou na serrania, dá-nos asas que os senhores nem calculam. Não duvidem. Não nos dá é justiça.
<< Home