O IP4 - Uma história (I)
1. Passei hoje três vezes no IP4 - Marão em serviço profissional. De manhã bem cedo, sentido Amarante - V Real, um trânsito muito intenso quase exclusivamente de pesados e ligeiros comerciais, daqueles tipo Clio ou Corsa que não andam , voam. No início da tarde vou a reunião no H Padre Américo. No inicio da descida para Amarante eis-me colado á traseira de um pesado a 10 km /h. Aguento até Amarante. Atrás de mim alguns condutores de cabeça perdida, violam tudo o que é normas de conduta e código: não existem sinais de transito, riscos contínuos, nada. No regresso chove na subida junto ás bombas. Lá está o primeiro estampanço contra o rail. Felizmente sem feridos. Sempre muita polícia, mas a irresponsabilidade é total. E o medo de conduzir cada vez maior.2. Se calhar um dia normal no IP4.Vejo a irresponsabilidade das pessoas, se calhar com meu contributo, a noção de impunidade - há sempre mecanismos que desencadeamos em caso de multa. Estou de acordo com o presid da Associação de utilizadores do IP4: é preciso fazer qualquer coisa. As pessoas agem como criminosas, a lei é o que nós achamos que está bem, que se fodam os outros. E há gente inocente que morre, como aqueles 5 + 1 de domingo, ou as largas dezenas que mancharam de sangue esta estrada de morte, estrada de irresponsabilidade, do ser português. Ninguem aprende. É realmente preciso fazer qualquer coisa e rápidamente.
3. Sem querer ser provinciano ou do "norte", arrepio-me de pensar nas auto-estradas por esse país fora, em regiões bafejadas pela proximidade a Lisboa, ou de autarcas com peso político, que estão quase desertas (A8 - leiria - óbidos, A qualquer-coisa da figueira da foz, etc), e imagino o que é preciso para se ter condições equivalentes em Trás-os-Montes. Quanta gente mais será preciso morrer ?
4. Esta maldita estrada já matou tanta gente, amigos meus, familiares de amigos meus. Tantos os doentes que produziu e que observei e tratei na urgência, emergência e no serviço! Muitos dos quais não figuram em estatísticas de mortes mas que se transformam em autênticos mortos-vivos. E a malta faz de conta que não é connosco, pé-ao-fundo na curva, na reta, com chuva, com sol, até um dia...
5. Até ao dia em que tenhamos de dar a tal notícia de morte (ver médico explica medicina a intelectuais - blog)...
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