Acidentalmente
Não se percebe bem, o Acidental. Parece uma espécie de IP3 dos blogues, eternamente inacabado. Ou de IP4, derivado aos acidentes...Fica a gente na dúvida. Quer dizer, a gente sabe que, quase sempre que fala, não foi bem isso que o Acidental quis dizer, mas não deixa de ser verdade que o disse... É complicado.
Aqui, por exemplo, parece defender Bush quando manda demolir a prisão de Abu Ghraib. Porque se tornou num símbolo de desonra para os valores americanos, desonra essa causada por uns poucos energúmenos...
Claro que não deve ser isto que o Acidental quer dizer. O Acidental deve saber que há inúmeros edifícios por esse mundo fora onde se passaram ignomínias e, apesar disso (ou, se calhar, por causa disso), se mantêm em pé, bem visíveis, na sua acção pedagógica e profiláctica. Não é a demolição de edifícios ou símbolos que corrige erros: é, aliás, na constante possibilidade de relembrar o erro que se evita a sua repetição. Não, ele não quis dizer aquilo, não pode ser.
Aqui, transcreve um excelente poema de Kingsley Amis, que já fora transcrito pelo Times Literary Supplement e, ainda (percebe-se que aqui o Acidental genuflecte), re-transcrito por Pereira Coutinho. Parece perceber-se que a "devida vénia" estará endereçada ao fértil pensador Coutinho, basta ler o título do texto para se ficar baralhado, mas lá estamos nós: no Acidental as coisas nem sempre se percebem bem e, às tantas, a devida vénia era para o autor do poema, esse tipo desinteressante...
Tenho um amigo que costuma dizer que "devidas vénias" são "artigos de ourivesaria de pôr ao peito feitos de joelhos". Mas esse amigo, que também muito prezo, também se explica mal. É o diabo, isto.
Fica uma pessoa assim, sem saber o que pensar...
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