blog caliente.

9.2.04

Aos blogamemuchos

Eu ontem já tinha comentado isto: eu sabia, Alonso, que não nos desiludirias e que havias de regressar com renovada obstinação para te defenderes. Melhor: para contra-atacares, que tu não és pessoa de ouvir impropérios (amistosos...) e de se ficar, sombriamente, a cismar sobre eles. E muito menos de não conhecer o puro gozo que dá que alguém se lembre de criticar aquilo que antes desabafamos num poste de intenções catárticas (com perfeita noção de que se está a dar o flanco....) no final de um dia de trabalho, que é, afinal, condição necessária para podermos refrescar conceitos já dados por assentes e para se saltar fora dos entediantes clichés. O pózinho que falta, depois, é deixar passar um dia ou dois. E cá temos o Alonso, perfeitamente picado. Que é como quem diz, bem munido de boa e farta argumentação.

Estou muito pouco interessada, neste momento, em defender o comunismo ou em atacar o fascismo. Estou mais virada para enunciar um dos príncípio basilares da retórica, segundo o qual se sabe que quem pensa bem escreve sempre bem e - corolário do princípio - tem perfeita consciência de que tudo o que diz é atacável; e pensa bem porque pensa sózinho, não por colagem de pensamentos alheios. Eu gosto de ver quando o Alonso se deixa provocar e volta, agerridamente, para se demarcar no seu terreno ideológico ("sim, sou de direita! há azar?"). Gosto quando o Paco escreve o que lhe na mioleira, apenas porque lhe deu para ali naquele momento, sem compromissos que excedam o mero, mas visível, prazer que tem em escrever. E gosto quando o Besugo escreve sobre o que lhe vai na mioleira e se declara inconsequente, sabendo que, eventualmente, amanhã vai pensar de forma diferente da que hoje confessou. Confissão só permitida em quem, como é o caso, tem convicções fortes.

Este blogue é alimentado por um bando de latinos sanguinários, defensores incondicionais das suas bandeiras, mesmo que sejam minoritários a defendê-las e com muito pouca disposição para abrir mão delas. A não ser que alguma marcante desilusão os fizesse queimá-las, caso em que as rejeitariam, seguramente, com a mesma impetuosidade com que as afirmam. Se tivesse de fazer um elogio colectivo, apropriado para os três, eu diria assim: não imagino nenhum deles ministro de um governo PSD. Muito menos do PP.

P.S.: Deste também não.

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