blog caliente.

7.2.04

O problema das prioridades

Vou, finalmente, falar do primeiro rally-paper que organizei. Nunca mais organizei nenhum, mas não deixa de ser verdade que foi, efectivamente, o primeiro. Admito que Saramago, nestas circunstâncias, preferiria falar sobre "o último rally..." e Lobo Antunes sobre "organizei mas, mesmo assim, de Nobel, neribi...". Pacheco Pereira preferiria mostrar-nos mais uma pintura, pressentindo-nos a óbvia ausência de museus. Mas eles podem! Estar no Olimpo é estar mais alto! É pairar. É... valha-me Deus, é ..."faça favor, Senhor! É o que quiser!".

Eu, que sou assim uma pessoa simples, franca e directa (embora nunca tenha participado em nenhum reality show), resolvi colocar este título. E esta instituição (viram que me lembrei?) é democrática, presumo eu. E, portanto, posso. E poder é bom, reparem neste impecável domínio da ortografia que a blogosfera já permite! Corroborando a ideia de que já se pode!

Bom, é evidente que não vou alongar-me sobre o primeiro rally-paper que organizei. Não porque não tenha sido divertido, educativo, pedagógico, bizantino, chocarreiro, felliniano! Basta revelar que foi ganho por uma senhora deficiente motora e que houve 4 concorrentes que fizeram a prova em menos de 35 minutos, cortando a meta em "quarto de pião", mas sem responder a uma única pergunta... porque não tinham percebido as regras.

Não. Não vou falar mais, pelo menos hoje, sobre esse marcante rally-paper. Porque prefiro penetrar-me do que a Lolita disse sobre os dias menos bons, esperando (como ela) que sejam "apenas vésperas infindas de dias felizes". "Infindas" é, nesta instituição, sinónimo de "prolongadas". Apenas isso. Não é, Lolita?
É, pois.

View blog authority