blog caliente.

31.1.04

Relato

Quando, há segundos atrás, me preparava para começar a escrever, o Rochemback falhou um penalty que, momentaneamente, me suscitou alguma hesitação. Eis-me aqui de novo, portanto.

Encontro-me, neste preciso momento, numa divisão quase abrigada do prolixo ruído produzido por um bando de hooligans , uns portistas, outros sportinguistas, de diferentes faixas etárias. Adianto, desde já, que a hooliganice aumenta à medida que a idade avança, e confesso que nem sei decidir qual das facções se tem mostrado mais... enfim, entusiasta, para usar um adjectivo neutro.

Ao intervalo, o Porto ganha por um a zero; já vi o Jorge Costa com a mão na nuca, o Pedro Barbosa a invocar a mãe do árbitro e o Liedson a atirar-se para o chão de forma perfeitamente caprichosa, a fazer ao livre directo. Disseram-me, entretanto, que o árbitro tem vindo a mostrar-se demasiado exigente com o Sporting porque é... sportinguista. Isto dito por uma sportinguista habituada (ou forçada?...) a encontrar insondáveis razões que justifiquem, ainda que surrealisticamente, o infortúnio distante dos míseros, porém inalcançáveis, cinco pontos.

Isto não é um jogo de futebol: é uma terapia ocupacional. Aqueles miúdos estão demasiados nervosos.

Eu talvez volte mais tarde. Ocupar-me-ei das questões tão ansiosamente colocadas pelo besugo sobre a sua possível inimputabilidade e conto descrever a porrada da segunda parte. Com um refrescante martini bianco por companhia, já que as claques estão indelevelmente coladas à çeportetêvê.

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