Escutas
As telefónicas, que a PJ faz e que, por diversas vezes, ninguém sabe delas. Sabe-se que, de acordo com a lei, têm de ser autorizadas por um juiz e os visados podem nem ser sequer, suspeitos da prática de um crime, nem nunca vir a ser. A mim parece-me que o Bastonário da Ordem dos Advogados, ao defender a criação de uma comissão independente para o acompanhamento da legalidade das escutas telefónicas, quis alertar, diplomatica e serenamente, para os riscos notórios que decorrem de uma prática que nos habituamos a chamar de vil se fora do contexto da "busca da verdade dos factos". Julgo que ele sabe também que, com esta crítica velada, está a pôr em questão o princípio da separação dos poderes, a independência da magistratura, a vigilância feita de dentro dos juízes e pelos juízes. E ele conhece essa treta toda. E tem perfeita noção, ou tem obrigação de ter noção, de que, a não lhe darem ouvidos, sai desacreditado e enfraquecido.Portanto, ou ele sabe disto tudo, ou não sabe. Se não sabe, é mais um a lançar confusão inútil e bacoca. Se sabe e ainda assim disse o que disse, é porque sabe de alguma coisa sobre as escutas que lhe tira o sono. On vera, como diria o Marió Suarez.
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