blog caliente.

9.7.06

Faça o que quiser. Desta vez não lhe estou a pedir nada, por isso fique caladinha e continue bem.

Comprei a revista "Atlântico". Pela primeira vez e pela última. Custa 4 euros e não os vale. Nem é pelo papel, é por quase tudo o que lá vem rabiscado.

Comigo era, apenas, aquilo da Carla Hilário Quevedo. Quem diz comigo, diz connosco. Um bocadinho comigo, portanto. Foi por isso que comprei a revista, para ver. E vi.

Está bem. Penso que o que ela queria dizer (e não disse assim porque não pode, porque há aí muito palerma que a insulta porque ela deixa, por ela deixar sempre as portas entreabertas; e ela, que se pressente ser boa pessoa, lúcida e muito simpática, não as bate -às portas - nas trombas de ninguém) é que lê coisas escritas por pessoas a quem não reconhece a assinatura. Que lê, apenas, porque lê. Porque lhe apetece. E que gosta ou não, independentemente de saber que focinheira tem o escriba e onde pendura o escriba a lapiseira.

O blogame mucho sentiu-se ali bem.
Depois, já não. Já nem tanto. É a minha opinião, apenas; a lolita não sei o que pensa disto.

A Carla Hilário Quevedo quase se desdiz, lá para o fim (eu não faço ligação à revista "Atlântico" porque não gostei dela, é muito fraca, muito pusilânime, cara demais, muito enfatuada e ... é melhor calar-me), mas tinha de ser, tinha de parecer que quase se desdizia para não lhe vir, depois, cair a chusma grossa em cima. A anónima e a que assina. E eu sei ler bem, sou filho de professora e aprendi, mesmo assim, a ler sozinho.

Ela tinha de escrever, dos blogues anónimos, o que escreveu: somos quase condicionais, somos mantidos no sossego dos "preferidos condicionais dos que dão o nome todo", apenas enquanto nós, os seus autores, dos blogues anónimos, nos portarmos bem.

Parece mesmo que disse isto, mas não foi bem isto que ela disse. Faça-se aqui um bocadinho de justiça. Eu sou justo com toda a gente. Com a Carla, se não fosse o caso de estar a desdizer a frase anterior, afirmaria que sou ainda mais.
Disse isto, ela disse mesmo isto, isto para começar. Mas para começar, também, acaba por ter alguma razão. No que disse. Não na maneira, não quando o disse, não da maneira como o disse, mas no texto todo.
Não a tem toda, à razão, mas tem alguma. Tem toda a razão dela, e eu entendo bem de razões e sei que há muitas.

Mas não foi bem isso que ela disse, insisto: o que ela disse (sem usar palavrões, isso sou eu que os uso, que gosto de palavras ditongadas) é que há muitos filhos da puta aí à solta, muita gente má que pensa que o encéfalo é uma coisa muito distanciada do coração. E não é. E ela sabe que alguma parte desses filhos da puta que andam aí, à solta, escrevem ao lado dela, naquela revista cara, pífia e súcia. E outros, embora fosse disso que gostassem, nem aí escrevem. Eis o ditongo: não.

Há mesmo um cromo que vai lá dizer, apenas, que gosta é de pilim. É o maradona com letra pequena. Não é bom tipo. Escreve bem a sequência ágil das palavras. Mas pouco mais. É um ágil descarado. Onde é que ele se trai (ou se distrai)? É no "é". Todos gostamos de pilim, mas ele gosta "é" de pilim. Quer "é" pilim. Aspeia-se sempre um "ser" assim, porque é um ser estranho, que parece sempre que não quer mais nada.

Ela sabe disto tudo.
Não vamos sair dos "linques" dela por causa disto. Eu já disse coisas mais desagradáveis e discutíveis (e malcriadas) e nunca ela nos desdenhou. Não desdenhou, não. Eu nunca li.

Nem ela sairá dos nossos "linques", o que (suspeito eu) será simpático a ambas as partes e merecido por toda a gente que quer coisas e pessoas, que gosta de coisas e de pessoas, em lugar de querer "é" coisas e pessoas, de gostar "é" de coisas e (mentira parva) de pessoas.
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A revista é sobre a exclusão. Leiam-na. Peguem nela, no quiosque, e leiam. Mas não a comprem: é sobre exclusão, apenas, porque a exalta.
Mal, de maneira pequenina.
E a maior parte dos tipos que lá escrevem parece que estão bêbados ou numa ressaca de onanismo: por isso as páginas ficam logo pegajosas.

Saia daí, Carla.

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