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2.5.06

O povo é quem mais ordena

O inquérito de hoje do DN oferece aos leitores o seguinte sufrágio: "é pecado ler jornais e navegar na net em excesso?"
Pela consulta das estatísticas fica-se a saber que, as I write, 14% dos leitores que responderam ao inquérito votaram "sim", ao passo que os restantes 86% votaram "não". Tal como sucedeu com a justiça, com a televisão interactiva ou com a soberania popular sobre os finais das telenovelas, também a definição dos dogmas católicos está prestes a massificar-se.
Ora, isto pode ter um efeito propagador dos pensamentos, acções, erros ou omissões que caibam no conceito de pecado. Sobretudo se, como parece, a modernidade submete a definição de pecado ao sufrágio universal, com apuramento directo dos votos. Neste contexto, poderia Koeman, em vez de ter contido o riso com os golos do Sporting, sentenciá-los como pecado mortal. E até, se se confirmar que as papoilas não passam do terceiro lugar, de verdadeira e própria acção herética. Teríamos, então, os nossos seis (?) milhões de benfiquistas em protestos sangrentos às portas do Alvalade XXI, enquanto Eusébio apelava ao respeito pela diversidade confessional e condenava os licenciosos pecadores que, entretanto e muito antes, já festejavam no Dragão.

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