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1.5.06

Não foram cravos, não foram (sequer) glosas

Boa perspectiva, esta, sobre o discurso da inclusão mais o cravo ausente. E eu, que tenho alguma dificuldade em me irritar com tais coisas, prefiro o Cavaco sem cravo ao Cavaco cantor da Grândola.
No que me diz respeito, recoloco a questão na irritação, mais do que em meras preferências. Numa dimensão, digamos, estética, Cavaco Silva e Grândola não condizem. A parelha resulta bizarra.

Quanto à - agora famosa - inclusão, a assinalar só há mesmo a admissível (boa) intenção de se descolar dos cálculos e subir à solidariedade social. Mas sempre que o recém-presidente retira do discurso a dimensão economicista do mundo fica quase nada, por mais se que esprema a laranja. Banalidades sem rumo, frases gastas, metas cautelosas. Tal como sucedeu com o apelo ao diálogo entre o ministro e os agricultores - via de resolução de conflitos de que, pasme-se, foi sempre firme defensor. Ou como a exortação de hoje, ao olhar para os barcos à vela, para relançarmos a "nossa vocação naútica", através de medidas que não quis pormenorizar porque era "dia de festa". Ou: "assim de repente não estou a ver nenhuma".

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