Minha senhora, é a mãos ambas!
Já aqui escrevi (não me perguntem quando, foi há muitos meses) que Ana Gomes me é extremamente simpática porque, entre outras coisas, se enerva. Quando se enerva, como qualquer pessoa, se lhe dá para falar, tanto acerta como se engana. Eu defendo que as pessoas podem enganar-se, sobretudo quando estão enervadas. E que, quando estão enervadas, se - nem que isto seja raro, e em Ana Gomes não é - acertam, se o raciocínio se lhes não tolda, são grandes.Eu não sei se Ana Gomes é grande ou pequena. Reconheço-lhe é aquela enorme grandeza de quem se expõe em quase tudo o que escreve e diz. Às vezes faz-me sorrir, outras assentir, respeitoso; ocasionalmente também me irrita, o que é normal: aliás, eu irrito-me comigo, quase sempre, tenho direito a outros "irritares". Mas uma coisa Ana Gomes nunca me provocou: foi desprezo. Leio Ana Gomes, sempre, atentamente.
Ana Gomes, se outras qualidades não tivesse (e tem, tem de ter; e tem-nas, mesmo), tem esta, que lhe está à flor da pele e que é grandiosa: é amiga dos seus amigos - é amiga de quem é, melhor dizendo, que eu não sei de reciprocidades, antes as haja, que ela merece, mas não sei - e não gosta de ver circos a arder com gente lá dentro.
Eu também não.
<< Home