blog caliente.

20.12.05

Foi você que pediu mais vaselina?

Marcelo Rebelo de Sousa tem sido económico nas notas que atribui aos candidatos, nos debates. Mas muito constante nas notas a Cavaco. Dezasseis. E ganha sempre.
Há uma certa semelhança entre MRS e Jorge Sousa, aquele jovem árbitro sem queixo e (aparentemente) míope: ambos são descomprometidos, ou parecem muito sê-lo.

Alunos de Marcelo: nos exames dele, não faleis. Se ele vos perguntar, numa oral qualquer, seja sobre o que for, "diga lá o que pensa sobre isto?" vós calai-vos, ou então dizei que não tendes comentários a fazer, que "os portugueses vos conhecem!". Ele perguntará "Mas conhecem mesmo?" e vós repetis, "que sim!", de mão sobre o precórdio, espalmada. Olhai, fazei mesmo como fez o conde de Abranhos, afirmai-lhe que "desisto, não posso mais; eu, por mim, tenho apenas o trabalho, Vossa Excelência tem o génio!". E não saiais daqui, desta pertinácia erecta, de mão no peito, que tereis sempre dezasseis, enquanto ele começa a desfolhar livrinhos.
Ao contrário, abri a boca, desgraçados, que não seja de língua de fora dirigida ao escroto intelectual do pequeno minhoto, e espera-vos o catorze, a nota mínima que ele, na sua bonomia descomprometida, tem para vos dar. Tudo isto em horário nobre, na televisão pública, como convém a todas e a todos e, mesmo, à Felicidade. A Felicidade é uma vizinha minha, muito dada às coisas da sua fé, vem cá muito pouco.

Questão: "todas" e "todos" não são substantivos nada colectivos, pois não? São substantivos comuns, plurais, dependendo o resto do fenótipo. Mas comuns, não é? Pois. Bem me parecia.

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