Notas sobre as autárquicas
1. Soube no telejornal da TVI de uma sondagem que dá ligeira vantagem a Assis no Porto. Julgo que não por mérito próprio, antes por demérito de Rui Rio, que debate, discute e argumenta com elegância e elevação semelhantes a qualquer dirigente desportivo em noite de derrota. A honestidade - quase fetichista - distingue Rui Rio de Valentim Loureiro, mas não chega. É intoleravelmente sobranceiro (olha mais um adjectivo, ó Alonso).2. Rubem de Carvalho é, de longe, o mais consistente de todos os candidatos (pelo menos dos que conheço). O Rui Sá não é. Não é coisa nenhuma. Jerónimo de Sousa é afável, simpático, próximo dos populares. E dança que arrasa, eu vi. Os comunistas estão quase tão populares como quando Cunhal abraçou Soares, há trinta anos atrás. Tremam, ó políticos do bloco. E do central, igualmente.
3. A Fátima ganha com mérito de pistoleira. Dará, quem sabe, uma excelente estória, à Mata-Hari, para uma telenovela da TVI.
4. Valentim cumpre. Seja como for, cumpre. Ele disse que ganhava - e ganha. O povo gosta, o povo é grato, o povo é leal.
5. Perdedores: o PSD, mesmo que ganhe Sintra e Lxbôa. O PS, mesmo que ganhe Lxbôa e Porto, porque perde sempre, entre Isaltino, Valentim e similares, onde não é tido nem achado. O CDS-PP não é perdedor: simplesmente esfumou-se. Foi-se.
6. Um candidato de causas, sagaz e atento a trampolins mediáticos, suficientemente inconsciente de si para falar demais e suscitar rios de tinta na imprensa, faria milagres nas autarquias mais atacadas de caciquismo serôdio. O que é feito do Manuel Monteiro?
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