Prrriiip!
"Pois foi, eu já estava a começar a ficar preocupado. Sempre a atacarmos... desculpem, sempre a atacarem, a atacarem, a falharmos... desculpe, a falharem golos em série, aquilo irritou-me. Vai daí, fiz "prrriiiiip!", pronto, resolveu-se a coisa. Sim, considero que uma equipa que ataca mais deve ganhar, excepto se for o Sporting. Porquê? Desculpe, isso é assunto de relatório. Se são instruções? Ó meu amigo: eu sei muito bem o que tenho de fazer, não preciso de instruções. Não foi penalty, diz o meu amigo? Desculpe, isso é irrelevante, estávamos a atacar muito, aliás, desculpe, estavam a atacar muito, um homem enerva-se, dá ganas de fazer "prriiip!". Já expliquei isso. Eu estou lá para fazer "prriiip!". Sim, considero-me uma personalidade marcante. Desde hoje sou uma personalidade marcadora? Pois, obrigado, um homem gosta de ver o seu trabalho reconhecido.
Penalties sobre quem, sobre o Lourenço? E sobre outro catraio do Belenenses? Não vi, onde foi isso? Não vi, ou então, se vi, não fiz "prrrriiip!". Já estava mais calmo, nessa altura, não fiz "prrriiip!". Aliás, estive para fazer "prrriiip!" quando o Nuno Gomes teve aquela crise convulsiva na primeira parte, mas não fiz, porque ainda não estava tão enervado. Sim, enervo-me mais nas segundas partes, faço mais "prrriiips!" a partir dos 60 minutos, excepto depois de me acalmar. Sim, eu calmo vejo menos. Mas fui sempre assim, dão-me um Valium e eu fico uma toupeira.
O Hélio Santos faz "prrrriiips!" mais cedo que eu? E faz por expulsar cedinho os infiéis? Isso é mentira, expulsou o segundo, o malcriado do Estoril, já perto do fim. Eu entendo isso, sempre a atacar, sempre a falhar, ficamos enervados, "Prriiip!". Ele faz as coisas melhor? Pois faz, mas cada um faz o que pode e como pode, pelo bem comum. Isto é uma onda vermelha, percebe? E eu estou no fim da carreira, a ajudar era hoje. Prrriip!".
Estas declarações não são de Mário Mendes. Eu é que inventei tudo, com os nervos. Prrriiiip!
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