Irrepreensível é quem chuta à baliza sem bola parada. Acho eu.
Íamos ambos consolados, ouvindo o relato em que a cada passo se comentava a incapacidade de concretização do Benfica. O jogo chegou, esperançoso, ao intervalo sem qualquer golo. A derrota é possível, o empate também. Sem serem imprescindíveis para dois portistas, mãe e filho, seriam saborosos.Estávamos de regresso, de novo no carro, ouvindo o relato no preciso momento do penalty da bola na mão. Ainda tivémos fé; o Simão podia falhar, se o desejássemos com muita força. No segundo seguinte, porém, já a bola estava dentro da baliza. Irreprensível, o Simão, disseram os comentadores. Bola paradinha, o Marco Aurélio manda-se para um lado e a bola entra pelo outro.
Ao jantar saboreávamos um cheese naan quando nos demos conta de que o Postiga vinha lá do fundo com a bola no pé (isto sim, é regular), distribuindo fintas aos madeirenses. Aquilo via-se que ia ser golo. Tinha de ser. E MacCarthy estava no sítio exacto, porque ia ser golo.
O Porto é assim, como era há um ano. Com Mourinho era invencível. Sem Mourinho, é irrepreensível. Com altos e baixos, pois. Mas são genuínos, os altos. Sem um milímetro da insípida mediania.
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