blog caliente.

24.5.05

Acordem, rapazes!

Avizinha-se a quarta revolução de mentalidades. A quarta facada certeira no orgulho da espécie humana. Depois do Copérnico ter demonstrado que nós é que giramos à volta de, do Darwin explicar a nossa ascendência simiesca e de Freud nos assustar com os actos falhados, a turbulência civilizacional atacou, agora, a educação sexual da nossa descendência. Comparada com esta nóvel revolução, o amor livre do festival de Woodstock fica parecido com as histórias da Rua Sésamo.

Ó meus amigos! Não vêem que isto é só para nos porem à prova? Querem medir, tão só, o nosso grau de modernidade. O grau de modernidade é, neste caso, inversamente proporcional ao grau de indignação. Ou seja: quanto mais indignado se ficar, mais saloio se é; quanto mais se mostrar naturalidade na matéria, mais modernaço se é. Não há-de faltar gente a dizer que não podemos precipitar-nos e que é preciso contextualizar o modelo educativo da reforma, numa perspectiva da aprendizagem cognitiva do desenvolvimento moral e social da pré-adolescência. Isto, sim, é ser modernaço. E os vossos putos, bolas. Pensem neles. Eles hão-de querer que os respectivos cotas sejam modernos e que não lhes chateiem a carola. Que estejam na crista da onda.

Erradiquem a generation gap das vossas vidas. Esta é uma oportunidade de ouro, uma espécie de elixir da juventude. Melhor do que o Petróleo Olex. Não a desperdiçem.

P.S. É preciso dizer que sou infinitamente mais jovem do que o Alonso e do que o Besugo; é-me, assim, mais fácil entender a reforma sexual educativa. Eles, estou certa, também vão perceber, assim que consigam falar da homossexualidade sem começar o discurso dizendo "Quem me conhece, sabe que eu não sou homofóbico. Porém..."

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