blog caliente.

24.5.05

Irreverências de cotas

O besugo e a lolita andam por aqui entretidos a discutir as cuecas do Simão, os metrossexuais os proto-metrossexuais e os proto-metro-homossexuais, passando pelas nostalgias do hotel california, do peter etc e do boygay george.

Como são inocentes ...

Meus amigos, tudo isso é história. Os vossos filhos acharão divertidas estas conversas, e daqui a 20 anos - enquanto fazem zapping no intervalo do "Teste de Bestialidade" (conseguirá a sua cadela resistir aos avanços sexuais do seu melhor amigo?) e enquanto não começa o "A Quinta da Putas", remake do já clássico e datado "Coito Anal em Ambiente Rural" - são capazes de se recordar dos tempos em que os membros das equipas de futebol que ganhavam a primeira liga não celebravam a vitória numa cerimónia de orgulhosa masturbação colectiva no centro do estádio, e se limitavam a aparecer em cuecas.

(lolita: apanha lá a chávena de chá que estavas a segurar quando começaste a ler isto; besugo: já tens um cigarro aceso no cinzeiro, escusas de estar a acender outro ...eheh)

Tudo isto vem a propósito de uma notícia do Expresso sobre o programa de educação sexual para os 5º e 6º anos de escolaridade. Publico de seguida alguns excertos:

"EM EXERCÍCIO de 50 minutos, destinado a turmas do 5.º e do 6.º ano, propõe que, durante a aula, os professores ponham os alunos de 10 a 12 anos a pensarem no maior número possível de sinónimos para palavras como testículos, pénis, vagina ou relação sexual. De acordo com os manuais para os professores é «normal e aceitável utilizar expressões consideradas menos adequadas» e que podem mesmo «causar embaraço ou tornar-se desagradáveis». No final, e esgotadas todas as hipóteses, os estudantes devem afixar num «placard» o resultado deste trabalho."

(Já estou a imaginar o meu filho daqui a dois anos, em plena sala de aula, assim: Deixa cá ver ... tomates, pila, pito, coito. Ahhh ... não chega, setôr??? Quer que eu pense no maior número possível de sinónimos???? Bem, setôr, assim de repente só me estou a lembrar mais destes: bolinhas, pilinha, pitinho e ... fazer amor !!! Ahhh ... não chega???? E as outras palavras posso passar a dizê-las na aula sempre que me apetecer, é? Ou você é um cabrão dum hipócrita, tal como os chulos do conselho directivo e os filhos da puta do ministério? Ahhh ... só posso dizer asneiras neste execício, é? De resto voltamos à linguagem normal? Aaaahhhhh , ok ... desculpe, eu sei que me excedi, mas se o meu Pai vir no placard da escola o que eu escrevi neste exercício e souber que foi o setôr que insistiu que eu usasse estas palavras é capaz de escrever uma carta cheia de caralhadas ao setôr e ao Conselho Directivo. É que o meu Pai sabe montes de sinónimos!)


Adiante, porque a notícia tem mais coisas, não menos interessantes. Como esta:

"Outra proposta de trabalho apresentada nos manuais de apoio aos professores, tendo como destinatários crianças de 10 e 11 anos, consiste em pôr os alunos a colorir uma figura (masculina ou feminina), para depois assinalarem «as partes do corpo que elas gostam, ou não, que sejam tocadas. Estes desenhos podem ser recolhidos de forma a constituírem informação para o professor». Outra sugestão passa por pedir aos alunos que façam «uma lista com todas as manifestações sexuais que venham à ideia, colocando à frente de cada um o tipo de sensações presentes». Como exemplos sugeridos aos professores são elencados: «manipulação dos órgãos genitais, beijos entre namorados, relação sexual».


Ou esta:


Um teatro sugerido para o 2.º e 3.º ciclos: 5 alunos «fazem» uma viagem de avião e chegam a uma terra onde a maioria da população é homossexual. Improvisam-se diálogos entre viajantes e população e o debate deve ser orientado para questões como: um comportamento é saudável ou normal porque é maioritário? Outro exercício, para o 1.º ciclo, é falar sobre os diversos tipos de família a partir deste desenho (o desenho consiste em 3 pares a beijarem-se, um par heterossexual, um par homossexual masculino e um par homossexual feminino)


Ou esta, no que respeita à bibliografia recomendada:

Um dos livros aconselhados - «Educação Sexual na Escola», de Júlio Machado Vaz e Duarte Vilar, da APF - propõe como conteúdos para o pré-escolar e o 1.º ciclo: aprender a realizar a masturbação, se existir, na privacidade; conhecer diferentes tipos de família; adquirir um papel de género flexível e reconhecer comportamentos sexuais como carícias, beijos e relações coitais.


É assim ... adivinha-se um admirável mundo novo, em que as nossas crianças ficarão - finalmente - livres de preconceitos e grilhetas. É sabido que é por causa da educação castradora que todos nós recebemos que há tantos tarados.

E, se não se pode combatê-los ... juntemo-nos a eles! (aqui eu escrevia uma asneira a rematar o parágrafo, mas a educação castradora que recebi impede-me. Vou ali ao psiquiatra e já venho.)

View blog authority