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31.12.04

Votos

Nunca tive jeito para escrever balanços: é um esforço inútil da memória, já está lá tudo, espremê-la para quê?

Já fiz muitos curricula. Para concursos, progressões na carreira, essas banalidades. Aí, é diferente. Aí, faz-se um balanço objectivo, dirigido a um objectivo (caramba, que pérola literária aqui depositei!): "eu fiz isto, sei isto, quero aquilo que os senhores, em lhes parecendo bem, me hão-de dar".

Balanços anuais, só porque acaba um ano, são apenas exercícios.
O exercício faz bem, dizem, mas não engraço com este tipo de ginástica.

Não faço balanços, portanto. Mas reconheço os ciclos, os da tradição cristã. São estas as paredes tradicionais que me trancam, sei muito bem que acaba um ano e que começa um novo. Não me calha bem olhar para trás e fazer resumos interpretativos, mas apetecem-me votos. Sim, mesmo antes de Fevereiro. Um voto é um desejo. E um desejo expressa-se (na ausência de "cunhas") a quem pode negá-lo ou concedê-lo.

Aqui fica o meu voto:

"Dois mil e cinco, rapaz: porta-te bem. Sê um bom ano. Se vens aí armado com ideias de ser igual ao dois mil e quatro, ou ainda pior, vai-te já foder."

Chama-se a isto condicionar o voto. A ver se resulta.

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