blog caliente.

21.6.04

Ainda a República Checa

Kaneko dum raio, que só apareces quando não consegues deixar de aparecer! Não é?
Ainda hoje, lembras-te, antes do jogo? A nossa conversa ao telefone era: "Calma, a gente controla-se, controla-os e ganha aquilo. Vai correr bem, a gente ganha aquilo!".

Caramba. Dá uma certa irritação ver o futebol discutido por quem nunca levou, sequer, um encosto leve dum defesa central possante... ou por quem nunca tropeçou numas "reviengas" de nenhum Faustino (um preto de que hei-de aqui falar, um dia) armado em Cristiano Ronaldo. Não dá alguma irritação? Pois dá.

Há gente que só viu, na sua vida toda, o futebol de cima... É tão diferente! A gente sabe, tu mais que eu, que um jogo se ganha ou se perde logo nos olhares iniciais. E hoje, logo no tocar dos hinos, este jogo estava ganho. Eu disse-te. Só havia medo nos olhos do Ricardo, reparaste? E, mesmo a esse, passou-lhe: viu-se quando ele andou às aranhas, naquele cruzamento, e sorriu depois.
Scolari, sem ter dito isto assim, que não é homem para exortações, sancionou o que os jogadores já sabiam: "calma, que estes cromos espanhóis não são os checos!".

Só há duas maneiras legítimas de ver estas coisas da bola, kaneko: com sabedoria apaixonada ou com ignorância apaixonada. Como sucede com a Lolita, por exemplo, que sem disso saber um "chisco", sabe mais de bola que todos aqueles que cuidam saber de tudo, até de bola. Meios termos, na bola como na vida, não há. Pode haver mas, se for sempre, cheira ao "bedum" dos permanentes encardidos: gente que anda aqui sem gosto, armado em fadista da moda, de inteligente espinhela caída. O squash não é um desporto, é um suadoiro de pipis "piripópó". Não é? Que tem o squash a ver com isto? Nada, kaneko, não entendes? Entendes, pois.

Eu já tinha dito que estava calmo, podes confirmar isso ali abaixo, bem antes do jogo.
Hoje estava calmo, amanhã não sei, amanhã é outro dia. O futebol é como a vida: não é uma equação fácil só porque parece fácil a quem está calçado de pantufinhas engraxadas, pedindo diária lustrina e copianço. E glória, se lha derem.

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