blog caliente.

13.4.04

Opium

Não, não vou falar de perfumes. Venho só agradecer ao Manolo o seu meritoso esforço em manter, durante sete-dias-sete (à besugo) a chama acesa neste blogue, evitando, com as suas marcantes divagações, que a ferrugem se instalasse por aqui. Não ouvi ópera nos últimos sete dias, mas fiz ambas as viagens - de ida e de volta - ao som da Missa da Coroação do Mozart, pelo menos até que um dos meus companheiros de viagem me exigiu que mudasse a música. Contrafeita, atirei-lhe com a Nina Simone, seguida da Etta Jones e da Ella. Acabei a ouvir a Anastasia, que é muito pop comercial mas tem goelas potentes, a solicitação do segundo dos meus companions de route. Com este episódio trivial podia concluir, se já não tivesse concluído antes, que os sistemas democráticos e participativos comportam elevadas taxas de frustração quando nos obrigam a partilhar bens escassos. Quando, finalmente, ambos adormeceram e o leitor de CD voltou à minha exclusiva e libertadora posse, lembrei-me do camarada Mao e do seu ópio. Enfim, isto toca a todos e garanto que não era nada disto que eu vinha aqui dizer.

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