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29.4.04

Médico explica futebol total a mal intencionados*

Caramba. Admito que os dois golos da Suécia, ontem, foram um bocadinho bizarros.

O primeiro sai duma biqueirada loira, desferida sem barreira.
De bola parada, vírgula. Parada, o caraças! Ia viva e a mexer! Saiu da bota do nórdico já meio enlouquecida, bateu na relva e entrou, completamente maluca, na baliza portuguesa. É fácil culpar o Ricardo, estes golos em que a bola entra muito perto do guarda-redes são sempre bizarros. Como já vi o Vítor Baía, outro excelente guardião, a sofrer golos tão estranhos como este, permito-me pensar que o portista seria o primeiro, caso lhe fosse dada essa oportunidade, a admitir a dificuldade daquele remate. E daquela defesa. E a redimir o colega.
Vítor, se você nos lê, mande-nos um e-mail que nos reconcilie com a sensatez. Sim? Se o fizer eu prometo que é a Lolita que responde.

Já o segundo golo é consequência da inabilidade do Rui Jorge, dirão alguns. Com a mesma certeza no alvitrar, eu protesto: a culpa é do Quim, que desviou a bola fazendo-a embater no pé que Rui Jorge tinha menos à mão. Ora vejam lá a repetição com olhos de ver.

É para mim evidente que pela límpida mente dos senhores não passará, nem por um momento, a mais leve dúvida sobre a imparcialidade do que acabo de afirmar. Se o nosso guarda-redes se chamasse Nélson, se o desventurado defesa atendesse por Beto, podem crer que o meu discurso, todo ele eivado (também gosto desta) de poderosa lógica e profunda tolerância, se manteria.

* Peço desculpa pela utilização abusiva dum título que alude, de forma despudorada, a um Colega que nem costuma meter-se nestas coisas...

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