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18.12.03

Já agora...

Por motivos variados, alunos com altas classificações no ensino secundário não conseguem entrar nos cursos que desejam seguir. Medicina, por exemplo. Lá vão eles, até Salamanca, como nos mostrou a TVI (isto não é de hoje, é de anteontem, atenção!). Num País com falta (assumida) de médicos chega a ser ridículo que se discuta a capacidade formativa das nossas Universidades, como já uma vez expliquei, separando claramente as águas da clínica e da investigação.

O que me parece engraçado é ouvir estudantes do segundo ano de Medicina compararem (atribuindo nota! influências do professor que parece cada vez mais o Nigel Hawthorne?) dois sistemas de saúde que não conhecem, baseando-se na injustiça de que se sentem vítimas para atribuir um "4" ao sistema português (que é o 12º melhor do MUNDO, segundo a OMS! Nós estamos entre os 12 primeiros em quê mais? Blogs? Empáfia?) e um "9" ao espanhol ("que se lixe, estamos cá, leva 9 em 10!").

E, sobretudo, constatar que a elevada classificação académica de que os nossos estudantes de Medicina em Salamanca se ufanam os não liberta dum lirismo pueril ... é ternurento. Quem os ouvir pode pensar que Castilla, Galicia & Leon apenas exportam os seus médicos para melhor poderem albergar os brilhantes craniozinhos dos nossos desterrados. Logo que se formem, que ainda nem isso fizeram. É que alguns deles pensam castigar Portugal ficando lá, entre castelhanos! Mas esta gente pensa? Ou só tira boas notas no secundário para poder assinar com "dr" atrás os disparates que vier a dizer?

Isto é redutor. Eu sei. Se há falta de médicos em Portugal, Portugal que os forme, que lhes abra as portas da sua (nossa, de Portugal) necessidade. Mas não deixa de ser verdade.

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