blog caliente.

10.10.03

Não pode um homem distrair-se a tratar pneumonias...

... que dá logo nisto:

O Paco diz que "as minhas leviandades poderão ser públicas mas as minhas sopeiradas são para mim e para quem gosta de mim". Faz bem, mas eu não resisto a partilhar as minhas fraquezas todas com quem gosta de mim. Se bem que leviandades... nem tenho. No fundo, este rapaz não me perdoa os dotes vocais.

Já o Alonso se preocupa, entre outras coisas, com o seguinte:
"Imaginemos (com calafrios) que o Ferro e sus muchachos ganhavam as próximas eleições. Aposto que elas se realizarão antes de terminado o "processo Casa Pia". E como será que o Ferro vai reagir ao facto de o Pedroso se sentar no banco dos Réus? Também com cara de seminarista, porque passou a ser primeiro ministro? Julgará ele que as imagens de arquivo da festa de ontem não passarão abundantemente em todas as TVs?"

Eu até deixo passar essa dos calafrios sem propor umas hemoculturas ao amigo Alonso, que prevê ficar num estado séptico caso se verifique uma vitória eleitoral do Ferro e sus muchachos. Mas, francamente! Como vai reagir o Ferro? Eu espero que se comporte como qualquer pessoa que não faça da vida política um emaranhado de trejeitos e manerismos deslocados da vida real, como outros que conhecemos e, no fundo, detestamos (eu, pelo menos, não gosto de massa cinzenta desprovida daquele pequeno músculo chamado carácter). Que mantenha a amizade pelo Paulo Pedroso, se achar que deve mantê-la, que perante as "imagens de arquivo" as não negue, porque negar é de Judas, e que explique dessa forma ilustrada que as emoções não antagonizam a prestação capaz dum bom governante. Que é bem diferente de ser um bom político, casta que aprecio apenas na medida certa e na devida dimensão.

A prudência é uma excelente virtude. O limite da prudência, caro Alonso, tem outro nome. Inteligência? Para mim não é esse. O nome que lhe dou tem, para mim, conotação mais negativa. Um belo bocado de cobardia. Que levada aos píncaros da extrapolação pode fazer-nos, um dia, berrar pelo salva-vidas que não está ali perto em vez de saltarmos para a água a salvar um filho que se afoga. Não sabemos nadar? Paciência, que soubéssemos. Mas saltar saltamos. E tu até és dos que saltas, para que te pões com isso?

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