Blogame mucho: Hóquei em patins

3.10.03

Hóquei em patins

Começa hoje o campeonato do mundo. Um campeonato do mundo que começa, apenas, nas meias-finais, é um campeonato do mundo estranho. Alguns dirão: "Parva pessoa esta, toda a gente sabe que o campeonato do mundo começou há vários dias, agora é, apenas, a fase final! Que burro, besugo!"

Exactamente, estamos nas meias-finais dum campeonato do mundo que só começa hoje. Nas meias-finais. Porque só há quatro equipas nas meias-finais e são essas quatro equipas as únicas que sabem jogar hóquei em patins, desde tempos imemoriais... desde que a Inglaterra, há muitos anos, deixou de ser parceira nestas competições.
Essas equipas, essas selecções (já que se trata aqui de países), são todas latinas. Um traço de união, vá lá. Argentina, Espanha, Portugal e Itália. Desde que nasci, não me lembro de o campeão do mundo de hóquei em patins ter outro nome. Muito simplesmente porque... não teve!
Acresce um facto curioso: destas quatro nações, apenas Portugal assume o hóquei em patins como modalidade nacional. As outras três, não. Em Espanha, a modalidade fervilha apenas na Catalunha e na Galiza. A grande Castela, não lhe liga. Em Itália, percebe-se perfeitamente que o Novara e o Vercelli (são bons clubes de hóquei) não penetram na Toscânia. Viu-se, no último campeonato da Europa, em Florença. Na terra das pampas, apenas na cidade de S. Juan e arredores o hóquei tem penetração. O resto da Argentina sabe dizer quem é Battistuta, Verón e Crespo, mas ignora, provavelmente, Panchito Velazquez, provavelmente o mais virtuoso jogador do mundo "sobre patines".

Mesmo assim, o campeonato do mundo começa hoje. Estão na liça as 4 melhores equipas do mundo. E o mundo não tem culpa de não gostar de hóquei em patins, de não o praticar, de não dever sequer entrar em campeonatos do mundo daquilo que não aprecia.
Eu gosto, e vou ver.
Vou ver Portugal ganhar à Argentina, asi Dios lo quiera, para ficarmos apenas a um passo (um joguito) de sermos campeões do mundo. Do nosso pequeno mundo, que é aquele em que ainda podemos ser campeões do que quer que seja.