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29.5.07

Vai condenado numa severa reprimenda.

Por falar em Direito e em penas, de vez em quando lá surge a notícia da aplicação da bisonha pena de admoestação. A admoestação é, na prática, o lado humorístico da praxis judiciária: basta imaginar um matulão que, por exemplo, se envolveu numa rixa com o vizinho do lado por causa do cheiro a sardinha assada, e que, ponderados os factos e atendendo ao diminuto grau de culpa e ilicitude, vai condenado a levar um sermão de um juiz, eventualmente ainda imberbe e a fazer enxoval, que o insta a nunca mais praticar comportamentos censuráveis e a portar-se bem dali para a frente, com a advertência de que, ocorrendo nova rixa, o tribunal já não será tão magnânimo. É, afinal, a voz da justiça perfeita, a voz da justiça messiânica, enfim, o juiz com voz divina, que condena o arguido ao castigo supremo: "depois de eu lhe dar este justo e firme sermão, vai ver que se sente culpado por se ter portado mal".

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