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13.4.07

Sem desprimor para os Franciscos

O nosso PM é um chico-esperto. É novidade?

PS - O Sócrates já pertence à geração política formada no pós 25A.

Essa geração não só não tem, como não pode ter sólidas formações académicas, capacidades científicas ou bagagens culturais.

Não pode porque, para chegar aos mais altos cargos da nação tem que se penar primeiro o caminho das juventudes partidárias, das estruturas de base, depois intermédias e depois de topo dos partidos.

E nesse caminho aprender o princípio do "sound byte", o princípio da "eficácia política", o princípio da "gestão dos silêncios" na cava da onda e o da "visibilidade máxima" na crista da onda. Finalmente, o da simplicidade discursiva, da repetição exaustiva de duas, vá três, banalidades ... enfim ...

Aprender tudo isto é incompatível com os estudos. Mas é de políticos assim que a malta gosta.

PPS - Quer dizer, a malta até diz que não gosta, mas é em políticos assim que a malta vota.

PPPS - E os (poucos) políticos que subsistem, apesar de não corresponderem ao estereótipo acima descrito subdividem-se em 2 categorias:

a) pensadores livres, mal amados pelas estruturas partidárias - "malamor" que retribuem, porque desprezam tais estruturas - e que nunca passarão do cargo de deputado, ou equivalente. A líderes não chegam. O JPP e o ALX são dois bons exemplos. Melhor o ALX, porque é da mesma geração do Sócrates.

b) professores universitários ou profissionais de reconhecida competência que surgem na política, normalmente como "independentes", designadamente para compor governos. Normalmente dão desastre, porque não percebem nada de "sound bytes" nem de "política moderna". Não têm amigalhaços na comunicação social, não têm solidariedades partidárias. Acabam considerados pelos gurus do "opinion making" como "erros de casting" e rapidamente desaparecem.

Este é, assim, o tempo dos chicos-espertos ... e é por isso que o Sócrates é Primeiro Ministro.

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