Interpelação directa
Eu, se me meter no carro, daqui a uma hora estou em Ourense. Ora, eu não quero ir a Ourense para nada. Nem a Vigo. Agora, que até estou aqui bem, nem sequer a San Sebastian, essa Donostia, quero ir.Há portugueses, que são os que a lolita goza de fino, que gostariam de estar sempre, se pudesse ser, a meia hora de Madrid, ou de Barcelona, ou de Valência. Ou de Cannes, que é quase logo a seguir, se formos para o lado correcto do mapa, sempre com o baço à ilharga. E, já que estamos em Cannes, truca-truca por aí acima e eis o MUNDO. Eis aí o fígado inteiro que é o mundo inteiro, essa peneira inteira de carniça mole.
Eu não. Ela também não.
Por nós, o mundo inteiro estaria à distância de Londres: suficientemente perto para podermos lá ir "escolher um mundo que não fosse inteiro" e bastante longe para não termos de o suportar, ao mundo inteiro, ainda por cima lá, no mundo inteiro.
E com um mar, mesmo que fosse pequeno, pelo meio da distância.
Certo, Lola? Se não for, diz na mesma.
<< Home