blog caliente.

20.5.06

(Des)construção

E se um homem escolhesse meia dúzia de livros e outras bugigangas na FNAC e, depois, se dirigisse à caixa declarando, em tom descontraído, que queria comprar aquilo tudo mas, porque não tinha dinheiro, contava que alguém, ali presente, o ajudasse a pagar a despesa? E se, dito isto, se dirigisse às pessoas que estavam na fila da caixa, perguntando com cortesia a cada uma se lhe fazia esse favor? E se não esmorecesse nas intenções ou nos modos afáveis, perante cada negativa que lhe dirigiam, de entre o pasmo, a indignação ou a inútil boçalidade do insulto baixo pela bizarria do pedido?

Saiu, sempre sorrindo, escoltado por seguranças. Dançou e gargalhou como se fosse o próximo. E tropeçou no céu como se ouvisse música. E flutuou no ar como se fosse sábado.

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