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10.10.05

Soltas de besugo, mesmo muito soltas, soltas demais, até

Pacheco Pereira, que vi na SIC de portátil aberto, é um interpretador de fenómenos.
Mas interpreta-os mal.
Sousa Tavares, na TVI, foi claro: por ele, os caciques perdiam todos.
Pacheco Pereira distingue entre caciques e, mais do que isso, não parece perceber que "mais caciques houvesse, mais caciques haveria".
O povo, em podendo escolher, escolhe quem quereria para lhe fazer as contas, afagar o cu da esposa, penetrá-la e aspirar-lhe a casa. O povo gosta de escolher, sempre, não os melhores: prefere sempre aqueles com quem "gostaria de ser visto".
É, para o povo, interessante poder dizer isto: "ontem, estava eu com o Isaltino, esse sacana, enfim, desenrasca-se...". O povo tende a gostar dos seus iguais. E a eleger os seus espelhos.

Sousa Tavares sabe isto e di-lo, achando isto uma estupidez. Pacheco Pereira não sei se sabe isto, mas percebemos que acha isto revoltante. E pouco mais, antes dos academismos.

Um, não tem problemas em dizer ao povo, que conhece bem, ele observa-o, que é estúpido. O outro, que do povo conhece menos, limita-se a manifestar-lhe estupefacção. E a querer fazer-lhe pedagogia, ainda por cima: isto chateia-me porque é a mim que vêm buzinar depois, os tontos. Não é a ele.

Ainda vai haver quem diga, de Pacheco Pereira, que não vive fora do seu tempo. Prestando-lhe um mau serviço, porque ele não vive fora do seu tempo por querer. É que calhou estar lá, fora do tempo, cristalizou ali, sistema triclínico.

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