blog caliente.

22.10.05

Se eu fosse um vírus

Seria um vírus muito simples.
1 -Enquanto tivesse hospedeiros que me chegassem, manter-me-ia neles. Intentando fugazes incursões em hospedeiros potenciais, para o caso de me falharem os actuais.
2 - Se me falhassem os hospedeiros habituais, passar-me-ia, de armas e bagagens, para os hospedeiros novos, cujo potencial investigara antes.
3 - Transformar-me-ia. Recodificar-me-ia. Baralharia o RNA do hospedeiro. Instalar-me-ia. Propagar-me-ia, num regabofe.
4 - Se os novos hospedeiros se vacinassem contra mim, vingar-me-ia: recodificar-me-ia todos os anos, obrigando os tipos a arranjarem novas vacinas a um ritmo alucinante. Para os sobreviventes.

Um vírus, mesmo simples, pode emprestar à sua existência um sentido comercial. E contratualizar, de forma obstinada, com revisões salariais sazonais, com as multinacionais.
Ainda bem que não sou um vírus. Aliás, se fosse, não seria assim. E, daí, não sei...

E se eu fosse, em vez disso, uma ambulância? Vou pensar nisso.

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