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9.5.05

Letra corrida

O momento é circular. Não é um ponto. Deixado ao seu correr, o tempo é uma espiral que se fecha no regresso. Deixado ao seu correr tudo regressa.
Não leio poesia, prefiro prosa corrida. A prosa pontua-se, saltita, foge-nos fora de compasso e acalma-se num ponto final, mudando ou não de linha. Ou, mesmo, de página. Não temos de fazer esforços, nem trejeitos de poeta, enquanto a lemos. Rima na cabeça, quando rima.
Li a Lolita, pus música, decidi: ainda bem que ela não escreve como se não fizesse parte do mundo, como se apenas o visse de cima, como se tivesse de o enfeitar doutra coisa que não fosse a sua letra, corrida, solta no som da música que gosta.

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